domingo, 11 de dezembro de 2011

Precisa?

É, silêncio.

Silêncio que morde, que arrepia e fala.
Silêncio que consente, que se faz tenente indigente.
Silêncio claro, pálido...

Silêncio vivo, tão vivo que sendo dito, é morto.
Silêncio que perdura, nesta alma escura, que de amor às vezes canta, mas só no seu silenciar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cuidado ao cuidar.

É a inversão de sentidos e regras, aonde elas me escrevem, tomando o controle daquilo que um dia foi soberbo.
Inteiro de amor, partido de medo e então livre para o novo. Não correr de ti e nem até ti. Não lembrar e não esquecer. Cantar apenas o silêncio que te revive, com essas palavras que se recusaram a sair até sua presença, ainda que longínqua.

Eu parei naquele instante que o medo te percorreu e você me veio como um céu aberto, sem nuvens e sem vento. Entregue na solidão de uma canção, mas que não era a última, como esta talvez seja. Era só uma canção de saudade...

Distribua todos aqueles sorrisos que clareavam nossas madrugadas,
A sutileza de quem tem mais amor do que se da conta,
E viva um bom dia, dia seu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

(8)

Aparece assim, trazendo a necessidade de fazê-lo. Ato doloroso, marcante e amoroso.
Individual, compartilhado.
Entregue.

Sopra e lembra que foi por amor.










P.S: Ouvir o Sinatra na madrugada tem seus efeitos colaterais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fly, well.

A noite não difere o teu medo da estrela que te guarda ao meu pedido. Unidos nas lembranças vivas de quem as têm como magia clara, transcendendo as dores que tanto quis distanciar de ti. Vendo até o frio percorrer pelos vales visando um caminho incerto, mas certo de que certo estarei ao te zelar. Caindo do outro lado só no desejo de te ver bem, te ter bem, te ser bem. Bem aqui, para só assim poder voltar... e ir.

domingo, 21 de agosto de 2011

Tic tac, tic tac.

Aaah, traga-me esta casa de volta que meu oxigênio a clama. Aquele livro triste pelo abandono passageiro. Aquela brisa da tarde se declarando ao sono que não veio. Sabe como é... A saudade que encanta também sente saudade.

E todos os seus sonhos ainda te causam dor. Eu sei, posso senti-los também. Voando, caindo em um vazio ocupado. Mas você não sai, ainda procurando por algo que lá ficou e se distanciando de tudo que o tempo lhe tirou por não mais ser necessário, ou por crueldade do acaso. (Sim, ele ainda é meu amigo).

Lá fora está cheio; cheio de tudo que aprendemos a não querer mais.
É isso; o tempo, além de tudo, também faz com que fiquemos mais seletivos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Plataforma.

Cobre-te com cobertores de sonhos bons. Respire o ar leve de uma noite segura. Lembre-se de que tua saudade é também protetora, ainda que mansa. Que os pensamentos são, da mesma forma que se perdem.
Sonha, o teu sonho de moça.
Por uma vez mais, sinta a mensagem que não chegou, e não chegará.
Boa noite; dorme bem, Poesia minha.
E no fim de tudo, agradeça a deus por tamanho amor nessa noite.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Escalar ao desmoronar.

Enquanto o mundo desmorona aos teus pés, você quer apenas caminhar pelos entulhos a procura de uma sinfonia que te faça flutuar. Para onde vamos com toda essa agitação? Diga-me onde acho aquela sombra que sorri para mim, distante do fim.
Enquanto o mundo sussurra ao vento nossos segredos, você quer apenas uma prova de que eles estarão vivos. O inteiro do que foi, caindo na metade perdida.

Aaah, a escuridão fecha o teu olhar mais bonito. O que está havendo com você? Eu não estava enganado quando lhe disse o que há de belo por essas bandas. Eu não estava errado quando lhe trouxe o amor machucado.
Sim, eu estava contigo no alto da montanha e a escalei por ti. Você a segurou por mim. Quando você sentou para ver o céu, sabia que o mal passaria. Que o bem persistiria. Que o mundo também dança com nossa música.
Escondendo-se vai, crendo que a vida possui receitas simples para dores no deserto. Quando for forte de novo, a chuva vai trazer uma nova canção, que te lembrará das velhas, aquelas que destroçam qualquer coração.

Ouça, lembre, cante e sorria.

domingo, 26 de junho de 2011

Vivo.

Respiro, o que vital me for.
Sinto, o que razão flor.
Canto, aos gritos do amor.
Elevo-me na magia do autor.

domingo, 12 de junho de 2011

Dormindo nos teus sonhos, é tudo que posso cantar esta noite.
Conversarmos sobre o desviar dos teus olhos e sobre o esquecimento do amor. De novo o arco-íris pairando sob nossos arrependimentos casuais, levados e trazidos pelo sopro da razão. Cores vivas que me matam na intensidade de um novo sorriso perdido. Tudo fica tão claro que dói abrir os olhos enquanto o mundo se afasta em um pedaço de papel que você não despejou amor ao desenhar. Então ele voa de encontro as luzes, a procura de tinta cor vermelha, e tudo que posso fazer é senti-lo de longe, a caminho do desencontro.
Eu me lembro do céu que se abria com as palavras escritas para ti. Da lua que sorria com as lágrimas que os olhos cobriam. Você consegue ouvir os deuses dizendo não?
O coração caminha e a alma se perde ao te recordar. Volta, busca todos os gestos amorosos deixados, fincando-os ao presente. Só que a força já não é a mesma, os ventos parecem arrancá-los rapidamente desta vez. Então ela volta e pega tudo que aqui ficou, dormindo nos teus sonhos. Isso é tudo que posso cantar esta noite.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Winter.

Lá estava ele. Sentado, com seus fones a espera de algo que não viria. Ele sabia disso, mas o coração insistia em teimar. Insistia em bater, na verdade. Pelo que? Ele bate, bate, bate sem obter respostas. A porta não se abre, as cortinas permanecem fechadas e nem o silêncio absoluto o faz parar. As cercas estão escancaradas para a fuga de todas as coisas, e não mais proporcional para a volta delas. Sinais de cansaço começam a florescer por detrás do jardim; e as lembranças que nunca aprenderam o caminho da perdição, sorriem.

Renova-se o ar e adquire-se magia novamente.

sábado, 7 de maio de 2011

Suficientemente passageiro.

Sem mais esperar
meu dia clarear,
teu riso florar,
o passado recordar.

Sem mais esperar
o incerto chegar,
a elegância do arrepiar,
a delicadeza a negar.

Sem mais esperar
ao te ver brotar,
lembranças virando mar
lentas no desaguar;
Sofridas de cantar
até a espera de não mais esperar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Desembarcando a partida.

Vou pulando dos 6 para os 60 no apertar de uma tecla. Tão simples como digitar um número, tão complicado quanto viver o tempo. Quantos anos eu tinha quando nos conhecemos? Qual o medidor de tempo para nos vermos novamente? Sumindo nos ponteiros.

sábado, 16 de abril de 2011

Desvencilhar.

Desculpe-me, doce companheiro. Sinto que lhe abandonei por um tempo, mas é que algumas coisas mudaram de uns ventos para cá. Olha como a vida acordou hoje? Nos convidando para dançar. Despertando as palavras que guardamos durante esse tempo solitário, soltando-as ao acaso, como fazíamos nos velhos tempos.

A verdade é que eu precisava me desvencilhar de tudo. Me perder de mim, de você, de todos.
Me perder da chuva, dos sorrisos e até do amor.
Me perder na solidão,
Me achar no vazio, do vazio, do vazio...

Eu precisava correr. Correr como já tinha desistido há um tempo. Sentir a velocidade da vida sem estar parado. Unir-me a ela, em um conjunto de sentimentos novos.
Não é que não goste dos meus, longe disso. É que já não lembrava a sensação do novo. Mesmo aquilo que desgasta, que consome, que se move.
Movendo o começo até você, e afastando o fim de mim.

Eu quero a tua força comigo, e te dar toda a gota que tenho. A incrível capacidade de se fazer forte quando a força adormece. Linda que és!
Encantado pelo vazio que me cerca, levando com a certeza de que me faz bem, eu escrevo para mim. Amando minhas palavras tolas que se transformam em vontades aleatórias, por um bem desconhecido, mas que é de todo bem.

Aah, eu SEMPRE estarei lá por mim,
Eu SEMPRE estarei aqui para ti.

domingo, 27 de março de 2011

Estranhamente em paz.

Luzes suspensas por palavras que nunca chegaram, pois se perderam no caminho do tempo e do encanto. Ajustar o volume da canção, fechar meus olhos distantes de todas expressões que entreguem a dificuldade do cansaço tida nelas e seguir. É disso que preciso agora. Não pensar no fim da trilha, nem como percorrê-la. Talvez não seja a hora de continuar nela, deixando a chuva desenhá-la novamente por detrás das armadilhas que lá residem. Seguindo um outro rumo, não tentarei mais adivinhar o que há de vir, de ir, pois estou tão cansado que não sei se tenho força alguma para pensar...

Minhas energias se perderam no último suspiro. As luzes se foram ainda acesas, lentas, a ponto de não vê-las mais. Pode parecer triste, e até acho que deveria, entretanto não é o que acontece. Estou estranhamente em paz. Em paz por nós. Lembrando das citações de que tudo ficaria bem, eu as espero de volta, de olhos fechados, com a canção percorrendo os caminhos até o final feliz. Repetindo, quantas vezes forem necessárias para que você sinta o mesmo: Nós vamos ficar bem.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dorme.

A tua música hoje me acordou com acordes distorcidos de uma falta renascida. Assim, só canção. Só saudade ao vento, que traz, mas que ao fim do dia também leva.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Período de maré mansa, fazendo da seleção requintada uma casa de solidão tomada. Sem precisar do mundo afora, esquelético em demasia, para ser platéia de uma loucura mal explicada. O hábito da dor cintilando em tortos sorrisos, esquecidos e adormecidos, no travesseiro de um bem me quer.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eu NÃO sou legal.

Bom, fugirei um pouco do perfil que tenho adotado neste blog.
Você, que mal entende o que eu escrevo, mas sabe-se lá porque sempre volta e lê a nova postagem, pode ter certeza que entenderá esse. Digo mais. Além de entender, provavelmente não voltará. E eu não me importo; de verdade.

I don't care!

Eu não sou legal, não sou amável, não sou companheiro.
Eu sou feio, sou egoísta, antipático, chato e anti-social.
Eu não sou do teu mundo, eu não gosto das coisas que você gosta.
Não conheço as comidas que você come, não gosto das músicas que você ouve, e não danço do teu jeito.

Exato. Sou anti-social e não tenho interesse algum em deixar de ser. Não me relaciono bem com pessoas, não tenho atração por elas, nem sequer um mísero desejo de aproximação. Se por acaso você tiver algum, eu já aviso: Mate-o. Você não vai gostar quando se aproximar e tentar estabelecer uma relação; por isso aconselho nem tentar.

Bom, o carnaval está chegando...
Ah, deve ser por isso.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mais uma manhã sem cor, sem café, sem surpresas. A monotonia nem sempre é estática quanto se mostra, pois alguns pequenos detalhes, distantes e espelhados refletem saudade.

Não corto o cabelo, não me atraio nem me mostro.


Sem justificativas para métodos pensantes que o meu eu descobre todos os dias por estar vivo. Levando a certeza de que você ainda caminha esperando minhas respostas, mesmo quando se auto-afirma que elas nunca chegarão. No fundo, com todas as surpresas, você me conhece; e minhas palavras mal sintonizadas lhe atraem.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Contemplando pingos de felicidade que iluminam um certo dia. Sem mais, sem gás, em uma serena paz. Por alguma razão adormeci assim, e acordei livre.
Livre de vontades, livre do tempo, livre até dos meus desejos ocultos.

Pois bem, eles vão retornar, eu sei. Mas também sei que é bom estar livre, e até lá, eu continuo ''livreando''.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sem saber o que fazer nessa espera absurdamente gélida, amando o desconhecido só pelo prazer de amar. É assim que o mundo o colore, o pinta, tentando moldar o que nem ele mesmo conseguiu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Movendo-se.

E quando nós caminhamos, sentimos a sombra que deixamos para trás.
Morbidamente vai chegando ao fim; distante de um livro vivo.

Aliviando razões imutáveis, como o medo de surgir para você. Eu sei que as águas correm, mansas por caminhos distintos, apenas na busca de um lugar onde valha a pena desaguar. É nessa correnteza que minha canoa ruma, e nem peixes parecem me seguir.
Por que se agarrar a feridas vivas? Se tem algo que posso lhe garantir, é que não é essa a forma da cicatrização. Também não a conheço em essência, mas conheço o que não é essência dela.

Ao lembrar da melancolia das palavras não ditas, recordar-se dos sorrisos bobos.
Imaginando felicidades ocultas e reluzentes para um futuro solitário.
Tendo um presente vivo, regado pela imensidão de sentimentos guardados pela chuva que virá.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Abajur.

Essa saudade que em ti se abriga, prova, reprova e veste a solidão. Olhos a observam sem que tua ausência note algo vivo, porém dormente sob o teu levar.
Que essa escuridão escondida por detrás do teu sorriso um dia se vá com todo o escuro que te causa medo, pois é você quem me faz escrever a luz do dia palavras de interpretações variáveis, que eu já não ligo se saberão tocar na sua radiola como fizeram um dia.

São essas lembranças carregadas de sentimentos que levaremos por onde andarmos, mesmo que o tempo caminhe lado a lado conosco, soletrando palavras de esquecimento. Existem outras tantas que não aprenderam a ler... ( para nossa sorte, talvez.)

Há de notar o tanto que faltou ser,
Há de sentir o pouco que desabrigou.

No momento em que olharmos para tudo aquilo de belo que havia, o mundo nos fará falta.
Aaah, ele deve ter conserto.