quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Girando estaticamente vivo.

Um lugar onde esperar fosse apenas girar,
Um céu onde clarear fosse aquecer.
Uma língua sem entendimento marcado,
E dúvidas irresistíveis.

Um canto de conforto no fim de tudo,
Desarrumando tristezas superadas.
Marcadas, calejadas, cantadas.

Um lugar de palavras doces,
De clima velho...

Atmosfera quase morta,
reluzente a tudo que não condiz.
Sem rastros, nem abraços
Assim, indo...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Só, apenas, isto.

E no apagar das luzes é o teu rosto que resta. Ouvindo aquela velha canção que te traz a dura realidade da solidão; é o teu próprio rosto que queima. No calar da madrugada até o pingo da chuva que insiste em não cair; é o teu rosto que resta. No passar de todos os sentimentos cabíveis de emoção naqueles instantes, no final de todos, é você, teu próprio rosto, e só.

Sim, é sempre isso o que resta.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Naquele teu abrigo.

Olha como o tempo esculpe tuas pegadas sem chão. Aparentemente é só um modo de dizer ''seja feliz.'' sem se apegar as estações cheias de cores, amores, flores e dores.
Neste caminho incerto de busca por certezas permanentes, navegadoras de marés calmas, águas claras que banham e brindam o descanso, que aguardam o mergulho que antecede a renovação; Eu vou.
Hey, olha novamente para lá! Não perca o nosso ponto, pois ele ainda nos aguarda. Sei que nunca olhei para frente com essa tua sede de mover-se... Mas é que tenho luzes novas que também brilham lentamente a minha espera, e seria uma traição aos meus sentidos beber tanto assim.
Caso o sono ainda não tenha te levado, olha a forma que a chuva tem tomado. Pálida, linda, para combinar com o romantismo que dormiu no teu lugar essa noite. Que ele desperte ao ter contato com a leveza daquele antigo sorriso bobo de quem ama, de quem chora com lembranças vivas ainda, e ainda que vivas, viverás sem o ainda, porque ele também vive entregue ao que há de chegar.
Lembra-te que um sentimento antes de ser entendido, é apenas sentido. Sem fazer sentido ou ser lido nas entrelinhas das dúvidas que pairam sob o travesseiro frio e confortável de uma madrugada incoerente. Não me pergunte porque escrevo essas palavras de carinho a uma hora dessas da vida. É que ela escreve tanto de mim, que lendo nas lembranças eu escrevo. Que ouvindo na doçura eu canto; e caminhando em uma estrada parecida a do início desse besteirol, eu amo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fantasiando novidades.

Ainda guardo a sete chaves, um livro e um coração, aquilo que tenho de melhor. Sem charminhos passageiros que possam sonhar em passar e espiar pelo espaço deixado pelo marca texto. Não é teu. Mesmo que tenha qualquer fragmento de tua existência.

Parta.
Reparta.
Repense.
Recrie.

E lembre-se que o tempo também gosta de mim.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Amanheça por aqui.

Está tudo tão frio lá fora que te impede de buscar um cobertor aqui dentro. O meu mundo posto não pode ser uma aposta tua. Acho que meus sentidos não mais aguentariam o fardo, a desilusão. Para onde eles iriam agora? Perdidos em apostas passageiras.

Estrelas que possuem brilho encantador, mas que também se apagam. Cedo, tarde, intensas ou não; se apagam e tenho assimilado isso diariamente. E vou tentando ficar apenas com a beleza e romantismo delas... Fazendo-as poesia minha. Sopros serão envolvidos por teus gestos, distantes costumeiros, pertos ao acaso, e vivos por uma única magia.

Não se preocupe com o que há por vir. Apenas concentre-se em fazer disso um bem, algo que valha a pena estar acordado mesmo enquanto dorme. Deixe o medo percorrer, ele só te mostra o que ainda está vivo, e de uma forma ou de outra, você passa a saber do que precisa, assumindo ou não. Talvez o passo seguinte já tenha sido dado, as pegadas ainda estejam marcadas no caminho, as lembranças vivas, pois sem razão aparente, elas quiseram lá permanecer. Qual será o rumo dessa vez? No mesmo instante em que o tempo foi alterado, o caminho também pode ter sido. E quando você achar que já sabe onde isso vai dar, a estrada te traz novos cheiros, novas cores, novos ventos, novos reinos. Renovados, inovados, e quem sabe; encantados.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O que você faria?

Quando as folhas apontassem um novo caminho,
Quando o frio se distanciasse como se sentisse medo do calor
Quando o medo viajasse por nossa atmosfera...

No meu lugar, o que você faria?

Quando nossas sensações já não eram tão gêmeas
Quando nossos passos já não obedeciam tempo ou direção,
Quando o teu silêncio trouxe o meu...

No meu lugar, o que você faria?

Quando o céu encobria tua estrela,
Quando a minha estrela encobria teu céu,
Quando o ''nosso'' se fez meu e teu, e só.

No meu lugar, o que você faria?

Quando voltar, fosse seguir em frente.
Quando o meu limite evaporasse junto com o teu sorriso.
Quando o meu esperar, era te ver escapar...

No meu lugar, o que você faria?

Quando o adeus foi sentido e revigorado,
Quando a alma enfim sorriu e renasceu,
Quando eu não mais esperei por você...

No meu lugar, o que você faria?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Volta, volta, volta! :)

Como é bom senti-las de pertinho. Cada frase perfeitinha, cada melodia desajeitada, cada dancinha doce do Amarante...
Ou mesmo nas sensações de um mundo mais bonito, causadas pelo Camelo. Do romantismo que se faz vivo em meio ao viver. Eles sabem ''cantar e encantar'' e nós somos gratos por sermos encantados.

Ontem eu vi diversas explosões de sentimentos límpidos. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão sintonizados. Parar e pensar no poder que a música tem sobre nós. Principalmente sobre os que apreciam esse tipo de música. É incrivelmente irracional! Mas até aqueles que não gostam de entregar, terão sentimentos aflorados ao dançarem sob a melodia.
E vão escorregar...
Quem se importa?

A viagem é feita de movimentos não ensaiados, de guitarras desafinadas, de surpresas esperadas, e quer saber? Ela fica mais bonita quando é feita por aqueles que sabem sentir.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O imprevisível e manso levar.

E agora não chegarás tirando as coisas do lugar, pensamentos do mundo e planos do meu bolso? Eles sentem-se em casa mesmo conhecendo o acaso que lhe trouxe aqui por milhões de vezes.
Mas quer saber? Aprendi a admirar o teu charme. Tuas visitas em horas inesperadas, seu sorrisos sarcásticos em tristezas profundas, teus presentes sortidos com etiquetas de devolução...

Cada dia sinto que nos entendemos melhor. Você nem é tão misteriosa como parecia antes. Eu também não sou tão chato quanto era.
Ok, eu sou, e obrigado por não me abandonar mesmo assim.

Eu vou tentando não reclamar mais de ti, e de fato, já parei de pedir. Mova-se na tua inspiração que ela sabe o que há de me trazer. Espero, ansiando menos do que antes, cobrando-me menos do que antes, correndo menos do que antes. Eu espero.

Espero porque já sei da importância da direção.

É como o volante que ganhei quando era pequeno, caindo na arte de desafiar só ao mexer-se.
Aceito-os. Sei que o temor é devastador, mas me mantém vivo do modo que quero estar. Mansamente vamos nos conhecendo, porque antes eu corria enquanto tentava me mostrar teus detalhes belos. As correntes foram soltas, e sentimentos as cobriram com delicadeza. O passado ainda existe, mas não por pressão de existência, e sim por magias que você é capaz de proporcionar. Passado, passar, passou.

Lembra de quando eu perguntava-lhe aonde me levarás? Tolo que sou, me enfurecia pela falta de resposta. Que bom que não as trouxe até mim. Hoje sei que o teu mistério é encantador! Não ligo, não me desespero. Apenas fecho os olhos e caminho... caminho... caminho... Sem saber a hora de parar. Sem sequer saber se terei que parar. Talvez parar apenas não seja suficiente. Talvez seja preciso voltar. E se preciso for? Eu voltarei. Sem mágoas e sem dores. Apenas com um sorriso de alguém que aprendeu que a estrada pode ter fim, mas não terá enquanto eu continuar a caminhar.




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ausência para seres ausentes.

O desinteresse às vezes chega ao acaso, mesmo para pessoas falantes como eu. Simplesmente perco qualquer resquício de diálogo que poderia estar vivo na minha mente. As opiniões formadas adormecem, a realidade de pensamentos pobres fica mais presente e nem faço mais força para trazer a lua até eles.

Que morram na escuridão, ou tenham insolação gravíssima!

Pois eu me calo e nem ligo mais.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Só enquanto vontade for.

A certeza cravada em uma tristeza pálida, de alma aflorada, que me faz desaguar.
Um rosto belo, de sorriso singelo, feito para brotar.
Desejos ao acaso, de abraços imaginados, trazendo a arte do despertar.
Passos lentos, entregues ao vento, unidos no poder de encontrar.

Magia ao deitar,
Saudade no acordar;
E um sentimento pronto para consertar.

O que entregue nos for,
Na chuva ou na dor...
Pela eternidade do amor.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Acreditar.

Deitado na cama ele há de aguardar;
O nascer do tão esperado dia, sonhar.
Medo pulsando junto ao estrago, aliviar.
Imagens de confiança o acaso trará.
Tensão, razão e emoção ao despertar,
Certeza no sentir do amor para se entregar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Morfina.

Bombas despencam sob nossas cabeças sem o despertar de nenhuma sirene para ao menos construirmos um abrigo no subsolo. É devastadora, surpreendente, triste...
E dói.

Tristeza momentânea, sem data marcada para ir embora.
E dói.

Dúvidas e mais dúvidas pairando no ar, e a certeza de que só resta esperar.
Esperar, esperar, esperar... Passar.
E isso dói.

Tornados pegando nossos planos e fazendo deles combustíveis para sua durabilidade. Ele só pode achar engraçado ver alguém reformulando tudo de novo, outra vez, e todas redundâncias que forem cabíveis aqui.

Mas castelos serão erguidos novamente, o reino ainda pode ser encantado, e as metáforas... Bom, essas vão continuar tradicionais, porque não vejo jeito; e elas não doem.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Closer.

Para onde corres?
Por onde se esconde?

Se perder no infinito por opção é mais leve quando não há tragédia.
O encontro não tem de ser marcado... Ele pode, mas não obriga-se a possuir firmeza alguma.

Eu fecho meus olhos e deixo a poesia percorrer pela escuridão. Sem sentido, rota, objetivo que me faça desejar seguir em frente ou recuar. Eu quero estar ali, e isso me enche agora. Perto daquilo que há guardado em mim, e talvez perto daquilo que procuro fora. Sentindo-me seguro na leveza da melodia.

Canta para mim? Mais do que nunca me sinto preparado para ouvir.


Não abra os teus olhos agora, ouça a canção comigo. Quero que ela te complete com cada detalhe que seu corpo possa captar.


Então; o que me diz? Pode ver o mesmo que eu?
Posso sentir uma nuvem me conduzindo até nós, e a melodia chegando ao fim. Ela deveria durar para sempre, eu sei.

Mas ela há de voltar; no fechar de um próximo olhar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Clarear.

E a rosa que se entregara assim a todo pesar,
Achando que faria dele uma casa para morar;
Gaivota sutil chegara para mostrar,
Que ela por ser rosa, tinha o poder de azular.
Voar, respirar e amar, no ato de transformar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Recomeço.

As mágoas do sofrer choram enquanto o dano ainda não foi consertado. O cansaço afastando a coragem de chegar para mais uma batalha...
Procurando conserto, salvação em tudo que possa ser sólido, mas não encontrando.

Se o começo já é difícil, um recomeço então...?
Ver sofrimento também dói. Difícil mesmo é saber como lidar. Saber medir cada centímetro de palavra, de olhar, de gesto. Às vezes o silêncio diz tudo que se faz necessário, até para os amantes clássicos das palavras.

A certeza de que o tempo não liga se o teu coração está aberto, ou se parte dele foi arrancado sem anestesia. Os relógios não perderão a carga, a areia da ampulheta não deixará de cair e nem os sinos deixarão de bater.

Pessoas tentarão te trazer de volta, mas algo lá dentro ainda te tornará refém de si mesmo. Caminhos diferentes, sentidos novos sem um limite encontrado. Só não se prenda aos possíveis erros; eles não ajudarão em nada.

Páginas serão viradas e ficarão adormecidas no silenciar do esquecimento. No passar de uma ventania, limpa, intensa, capaz de fechar os teus olhos sem que você perceba que não está vendo o mundo. Ou melhor, não está o vendo através deles!
Despreocupando-se das incertezas, das lembranças, dos medos. Acreditando sempre que para uma nova página ser escrita, uma outra precisa ser virada. Que a próxima não precisa ter uma continuação, ou sequer um sentido.

E quando as músicas voltarem a ser sentidas, quando alguém lhe tirar uma prévia de sorriso, quando o sentir voltar a ser libertador; se prepare para recomeçar. É assim que a vida é, e não podemos alterar sua essência.

...Como ela também não pode alterar a tua.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outro oi de quem conhece o tchau.

Para onde caminhas agora? Destino, desejo, sorte.
Onde está o teu guia de felicidade?

Razões com um poder tamanho, ditando o ritmo e o sentido de tudo. Expectativas frustradas originando desculpas para o fortalecimento racional. A poesia perdida, esquecida, adormecida na falta de palavras sentidas. Feiúra cada vez mais presente no que antes era encanto, e as pessoas nem se dão conta disso.
Mãos e testas não mais beijadas pela falta de capricho, assim como palavras bonitas sendo substituídas pelo balançar da onda.

Então temos uma normalidade podre, de pessoas que não sabem me encantar. Mas por não possuírem mais o encanto próprio, belo, límpido.

No mundo real existem coisas mais importantes para serem encantadas, e elas provavelmente estão certas. O balanço da onda mergulha em quase todos. Pobres, felizes por fazerem parte dela.

Fiquemos então cada qual no teu mundo encantado, e sejamos felizes para sempre.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eternamente passageiro.

O charme da eternidade é que ela se da de uma forma incontrolável. Às vezes o programado é apenas um momento de alegria e a surpresa é tudo que faltava para que ele fosse eternizado. É tão pessoal quanto os motivos que a mente e o corpo encontram para que carreguemos aquilo para o nosso eterno. Cada um do teu modo, cada um no teu viver...

Eu gosto de ser o responsável pelos meus momentos, mas fico feliz quando alguém consegue surpreender ao me entregar algo que mereça ser lembrado por um determinado tempo. Isso é tão mágico! Algo que me encanta naquele momento e eu nem sei ao certo por quanto tempo ele será eterno.

A eternidade tem tempo, e o passageiro nem sempre se perde.
Enquanto existir em ti, a idéia do eterno estará lá. Acampando, sentindo o respirar da natureza e sonhando em viver ali. Só enquanto puder viver...

Minhas duas reticências aqui postadas foram após a palavra ''viver''. Não foi de caso pensado, mesmo. Apenas notei na formatação do texto. Mas existe algo mais bonito que reticências após o ''viver''? A idéia de liberdade complementa a palavra que se conforta com sua companheira por perto.

Não conheço a fórmula da eternidade, e nem a quero por perto. Causa-me interesse imenso saber que cada ato, palavra, sentimento pode tornar um momento, ou se tornar eterno sem precisar de absolutamente nada marcado.

Quantos sorrisos entreguei ao vento sem destinatário?

Quantos entregues a mim foram postos ao mundo sem saber que teriam tanta importância?

O momentâneo se tornando eterno na entrega de um sorriso.

sábado, 10 de abril de 2010

Eu consigo ver.

Quando não mais precisar, sonhar, querer.
Quando a distância é a certeza do que realmente se distancia.
Quando ela comprova que nem sequer chegou perto de se tornar próximo.
Quando a tensão vai se tornando realidade e sonhos vão adormecendo mesmo durante o dia...

E um dia novo começa. Pensamentos novos nascem e te dão bom dia no abrir dos olhos. Como se precisassem marcar território, certificando-se de que os outros ficaram no ontem; e só voltarão se eles não forem capazes de satisfazer as necessidades do meu dia.

Só que o tempo os renova, independentemente de quão especiais eles são. Alguns duram menos do que o esperado, pois a corda era tão frágil...
É preciso mais que normalidades para que os meus tenham firmeza, ou para que eu sinta vontade e tenha coragem de passá-la a eles.


No teu desacelerar a razão voa.
Na tua indiferença os detalhes se perdem.

E eles fazem toda diferença para mim.



domingo, 14 de março de 2010

Sensações incertas.

Eu simplesmente me permito compreender o porque de cada escolha. É um mergulho dentro de si que proporciona as respostas mais inesperadas que a alma pode revelar.

Um sentir inusitado, que não precisa ter origem nem razão; apenas sentimento. Como se cada gesto do passado fizesse sentido. Ou alguma lembrança se perdendo na imensidão do esquecimento.

Mas também é saber achar a beleza nas coisas sem sentido...
Nas frases incompletas que aquela pessoa nem sequer começou.
Nos sorrisos sinceros que você nem chegou a tocar.
Nos textos novos nascidos no passado.

É de causar interesse como coisas adormecidas despertam com sensações novas. Uma música, uma frase, um sorriso...

A imaginação ganha asas para todas as perguntas que o inconsciente ainda quer saber, por mais que todo o ''resto'' finja ter esquecido.

Apenas no sentir; e nada mais.

E vem a certeza de que passou. Morreu.

A dúvida da volta acordando do teu descanso passageiro. Sendo ouvida, sentida e calada.

Como o apertar de uma tecla pausando aquela velha canção...
E ter a magia de não saber se um dia ela voltará a tocar para ti.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Pintou uma vida...

E planos novamente são modificados por pincéis da vida.
Telas são pintadas e chamadas de destino.
Cores são formadas a partir de misturas não agradáveis.

É interessante a forma como as coisas se opõe por si só. Sem precisar de mágica, de sentimento, de cautela ou ousadia...

O deslizar do pincel se fazendo presente na mais alta sutileza da mudança.
Se fazendo calar no fechar de uma porta.

Como se a cada mergulho no balde de tinta fosse espirrar vida por todos os cantos.
Na forma tomada, encontrar a tristeza da decepção.

Ao saber calar e observar...

Sentir o silêncio,

A arte do fazer de conta fazendo sentido.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Me acompanhe que eu te seguirei.

O quão perigoso é o se entregar? Só responde quem de fato já se entregou. Quem nunca o fez, conforta dentro de si todos os medos e receios para tal escolha. Deixa o resto por conta da imaginação. Ao menos aqueles que se permitem imaginar...
Alguns têm medo disso também. Medo de conhecer as escolhas que a vida lhe propõe e sentir-se desafiados por isso. Ela pode lhe oferecer tanto e tão rapidamente, mas em uma fração de segundo o teu mundo está pelo avesso e ficar de cabeça para baixo já não o conserta mais.

Ideais de felicidades são montados como se viessem em um manual que lhe é entregue logo quando você nasce. Enquanto é bebê, pessoas lhe dizem como ser feliz, já que não pode ler o manual ainda. Daí você cresce, aprende a ler, a tomar decisões. A se entender e saber o que te faz feliz, e mesmo assim sempre tem "adultos" para te mostrar o caminho certo. Afinal de contas, manuais foram feitos para serem seguidos, e eles te conhecem mais do que tu mesmo.

O que o tempo tem feito comigo? Voltas e mais voltas e nem comecei a ficar tonto. Logo eu que sempre tive medo de montanhas russas, cambalhotas... Talvez comece a beber para ver se acompanho o ritmo.
E no final das contas, me entrego, dou um sorriso irônico a uma face sincera, e o mando levar o manual tão depressa quanto os ventos que insistem a passar do meu lado deixando rastros de felicidade suspensos no ar.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

I love you too!

" Bel, essas minhas taçinhas são frágeis, cuidado com o que põe aqui. '' Ela dizia, ao tirar a capa do monitor de cima da mesinha onde as taçinhas dela habitam.

" Por que não comprou taçinhas mais resistentes então, mãe? "

" Porque só vende assim." (Ainda irei descobrir de onde veio o dom de falar muito.)

" Então, faz parte do plano deles. Frágeis, você quebra, e tem de comprar mais. "

" ¬¬ "

" Não me olhe assim , mãe. Eu tenho que quebrá-las. Eles levaram horas para planejar isso. Estão contando comigo!"

"Vai a merda. Boa noite."

Ai Ai... Amor de mãe é mesmo fascinante! :)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma dança sem música.

Expectativas são criadas com uma intensidade tamanha, que a decepção se faz extremamente dolorosa. É tão difícil ser surpreendido, desapontado... Mas isso faz parte do roteiro. Assim como luzes musicais, o sentir é libertador, é flutuante. Aos poucos os pequenos detalhes te encantam de tal modo, que a idéia do paraíso é montada e toda felicidade percorre teus pensamentos, deixando de lado qualquer medo ameaçador que a decepção trará. Sim, ela vai acabar te acordando dos sonhos mais coloridos que fazem tua alma sonhar. Nem todo sonhar é felicidade. Ele também é mudança. Eu vejo pessoas mudando e elas nem se dão conta da rotação. A idéia do abandono é triste. A certeza de que será concreto mais cedo ou mais tarde é rotineira.

Ao fechar os olhos se torna notável que não preciso correr atrás das luzes, porque a escuridão não estava habitada em mim. O benefício da dúvida nunca é tirado, e por alguma razão qualquer, ele nunca se desintegra. Dói olhar a tristeza de tua sombra ao lembrar dos sonhos antigos... Eles eram tão claros, até mesmo para ti. Sonhos que sentimos sem saber. Decisões que tomamos sem cantar.

Letras diferentes para uma mesma melodia.
Teu violão ficou encostado e as cordas parecem envelhecer depressa...
Algo ficou inacabado... E eu nem sequer aprendi a tocar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rimas para quem não gosta de rimar.

Ela me disse que não gosta de rimar...
Mal conhece o sorriso que a rima trará.
Ao ler esses versos comentário fará,
De que o bobo sou eu, por fazê-la imaginar.

Paixões novas ela há de encontrar.
É do teu existir, o se entregar.
Nas músicas novas que ainda ouvirá;
Dos que passaram ela ainda vai lembrar.

O vento é mais veloz no teu levar,
Intensidade, para sempre terá.
O equilíbrio um dia aparecerá,
Mas a corda ainda assim a fará dançar.

Nômade; lugar certo achará.
Quintal na madrugada, rede para descansar.
Viagens feitas, mar para transbordar.
Poesia linda ao fim do dia; não custa sonhar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E eu ainda nem vi nada...

É como se algumas coisas desandassem lentamente, mas rápidas o suficiente para serem notadas.
Se ainda fossem notas musicais a gente juntava tudo e fazia uma melodia de voz doce com um violão meigo.

Mas o abismo vai se tornando maior, as perguntas são cada vez mais frequentes e as respostas continuam presas ao tempo. Tem algo errado por aqui e eu não faço idéia de por onde começar. Na verdade eu nunca soube. Começos nunca foram começados por mim, essa é a verdade. É estranho estar perdido no teu próprio mundo, e isso começa a se fazer presente para mim. Cadê tua segurança? Junto das respostas, já sei. Pena que nisso não posso colar...

Já ouvi dizer que nem toda perdição é razão para termos medo. Talvez nunca a tenha ouvido na verdade, e criei-a agora para me segurar em uma frase de efeito. Hum, acho que essa teoria é mais minha cara. Mas de todo modo já não me procuro tanto quanto antes. Ao mesmo tempo em que tenho certeza sobre mim mesmo, não faço a mínima idéia de onde essa outra parte perdida se encontra. (até porque se eu soubesse, ela não seria perdida :D)

Mas preciso dela para achar um rumo e seguir em frente.

Caso a encontre por aí, devolva-me por favor. Mas não adianta procurar no verão, carnaval ou coisas da moda; pois ela também tem bom gosto!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

É perigoso esconder-se em si mesmo.

Permita-se sentir mais...

Através dos sentimentos que nos encontramos de verdade.

Caso consiga, transforme esses sentimentos em poesia. É assim que a vida fica mais bela. Você traz uma poesia contigo, só precisa fechar os olhos e senti-la. Não sabe como demonstrar? Invente. Métodos podem ser inventados, sentimentos não têm como; eles são sinceros. Sim, até para os irônicos de plantão...

Às vezes me pego pensando em situações irônicas da vida. Pessoas que se passam por fortes, firmes, racionais ao extremo, mas que possuem um medo enorme de sentir e transbordar sentimentos. Quanta força interior heim? Poderiam ser mágicos...

Carregue os teus versos sem medo, eles ficarão felizes em ter contato com o mundo. Forme sua poesia ao fim do dia, e leia-a! Se não quiser mostrar a ninguém, não precisa. Ela é só tua assim como teus sentimentos; e ambos merecem saber que existem.

Esse mundo está errado demais para termos medo de ser poeta.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Sorriso de um sonho... O sonho de um sorriso.

Sorrisos tirados da alma e espalhados pelo mundo afora. O mais bacana disso é que eles podem se perder por entre outros sorrisos, por mundos aleatórios, por lágrimas que necessitam de risos, e eles não lhe farão falta alguma, pois a fonte é inesgotável. Um sorriso tem um valor tão imenso, mas as pessoas se fazem tão pequenas para perceber isso. É como querer ver o outro lado do muro sem parar de engatinhar. A única mudança será no tamanho da parede; mas se ela for bonita você ficará feliz e satisfeito mesmo com a visão fora do desejado. Talvez não fosse o desejado...

Traga-me um sorriso lindo que observarei aos pulos o poder do teu encanto. Permita-me mergulhar dentro dele e eu descobrirei que tipo de moça habita aí dentro. Caso precise de apresentação, deixe que ele fará por ti, com toda leveza e sutileza de um lindo sorriso; esse sim, será o desejado.