domingo, 16 de setembro de 2012

E quando o vazio te enche, o que te faz sorrir?

As coisas se dissipam no instante em que o conveniente se retrai ao dar lugar ao que sentimento foi.  Ela não quis sentar-se mais naquela cadeira carrancuda que o acaso lhe trouxe, flácida, doloridamente viva enquanto a despedida aproximava-se. Havia esperança no sorriso que aguardava o novo dia. Mantinha o coração distante das palavras para não envenenar-se com a ressaca que elas traziam. "Apenas respingos chegariam perto." ela pensava. Uma história pode ser escrita dessa forma?

Ele mantinha os fones de ouvido enquanto o mundo girava para ela. Ou por ela, nunca soube ao certo. O que lhe preocuparia se canção salvaria qualquer enredo escrito? Ainda que não contasse com o inesperado toque de recolher da alma dela. Quando suas certezas clareavam com palavras  poéticas, ela dançava no seu mundo, afirmando a
autossuficiência do arranjo.

"Quebra?" Pensavam.
"Melhor não descobrir." Seguiram.