quinta-feira, 27 de maio de 2010

Clarear.

E a rosa que se entregara assim a todo pesar,
Achando que faria dele uma casa para morar;
Gaivota sutil chegara para mostrar,
Que ela por ser rosa, tinha o poder de azular.
Voar, respirar e amar, no ato de transformar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Recomeço.

As mágoas do sofrer choram enquanto o dano ainda não foi consertado. O cansaço afastando a coragem de chegar para mais uma batalha...
Procurando conserto, salvação em tudo que possa ser sólido, mas não encontrando.

Se o começo já é difícil, um recomeço então...?
Ver sofrimento também dói. Difícil mesmo é saber como lidar. Saber medir cada centímetro de palavra, de olhar, de gesto. Às vezes o silêncio diz tudo que se faz necessário, até para os amantes clássicos das palavras.

A certeza de que o tempo não liga se o teu coração está aberto, ou se parte dele foi arrancado sem anestesia. Os relógios não perderão a carga, a areia da ampulheta não deixará de cair e nem os sinos deixarão de bater.

Pessoas tentarão te trazer de volta, mas algo lá dentro ainda te tornará refém de si mesmo. Caminhos diferentes, sentidos novos sem um limite encontrado. Só não se prenda aos possíveis erros; eles não ajudarão em nada.

Páginas serão viradas e ficarão adormecidas no silenciar do esquecimento. No passar de uma ventania, limpa, intensa, capaz de fechar os teus olhos sem que você perceba que não está vendo o mundo. Ou melhor, não está o vendo através deles!
Despreocupando-se das incertezas, das lembranças, dos medos. Acreditando sempre que para uma nova página ser escrita, uma outra precisa ser virada. Que a próxima não precisa ter uma continuação, ou sequer um sentido.

E quando as músicas voltarem a ser sentidas, quando alguém lhe tirar uma prévia de sorriso, quando o sentir voltar a ser libertador; se prepare para recomeçar. É assim que a vida é, e não podemos alterar sua essência.

...Como ela também não pode alterar a tua.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outro oi de quem conhece o tchau.

Para onde caminhas agora? Destino, desejo, sorte.
Onde está o teu guia de felicidade?

Razões com um poder tamanho, ditando o ritmo e o sentido de tudo. Expectativas frustradas originando desculpas para o fortalecimento racional. A poesia perdida, esquecida, adormecida na falta de palavras sentidas. Feiúra cada vez mais presente no que antes era encanto, e as pessoas nem se dão conta disso.
Mãos e testas não mais beijadas pela falta de capricho, assim como palavras bonitas sendo substituídas pelo balançar da onda.

Então temos uma normalidade podre, de pessoas que não sabem me encantar. Mas por não possuírem mais o encanto próprio, belo, límpido.

No mundo real existem coisas mais importantes para serem encantadas, e elas provavelmente estão certas. O balanço da onda mergulha em quase todos. Pobres, felizes por fazerem parte dela.

Fiquemos então cada qual no teu mundo encantado, e sejamos felizes para sempre.