quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Girando estaticamente vivo.

Um lugar onde esperar fosse apenas girar,
Um céu onde clarear fosse aquecer.
Uma língua sem entendimento marcado,
E dúvidas irresistíveis.

Um canto de conforto no fim de tudo,
Desarrumando tristezas superadas.
Marcadas, calejadas, cantadas.

Um lugar de palavras doces,
De clima velho...

Atmosfera quase morta,
reluzente a tudo que não condiz.
Sem rastros, nem abraços
Assim, indo...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Só, apenas, isto.

E no apagar das luzes é o teu rosto que resta. Ouvindo aquela velha canção que te traz a dura realidade da solidão; é o teu próprio rosto que queima. No calar da madrugada até o pingo da chuva que insiste em não cair; é o teu rosto que resta. No passar de todos os sentimentos cabíveis de emoção naqueles instantes, no final de todos, é você, teu próprio rosto, e só.

Sim, é sempre isso o que resta.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Naquele teu abrigo.

Olha como o tempo esculpe tuas pegadas sem chão. Aparentemente é só um modo de dizer ''seja feliz.'' sem se apegar as estações cheias de cores, amores, flores e dores.
Neste caminho incerto de busca por certezas permanentes, navegadoras de marés calmas, águas claras que banham e brindam o descanso, que aguardam o mergulho que antecede a renovação; Eu vou.
Hey, olha novamente para lá! Não perca o nosso ponto, pois ele ainda nos aguarda. Sei que nunca olhei para frente com essa tua sede de mover-se... Mas é que tenho luzes novas que também brilham lentamente a minha espera, e seria uma traição aos meus sentidos beber tanto assim.
Caso o sono ainda não tenha te levado, olha a forma que a chuva tem tomado. Pálida, linda, para combinar com o romantismo que dormiu no teu lugar essa noite. Que ele desperte ao ter contato com a leveza daquele antigo sorriso bobo de quem ama, de quem chora com lembranças vivas ainda, e ainda que vivas, viverás sem o ainda, porque ele também vive entregue ao que há de chegar.
Lembra-te que um sentimento antes de ser entendido, é apenas sentido. Sem fazer sentido ou ser lido nas entrelinhas das dúvidas que pairam sob o travesseiro frio e confortável de uma madrugada incoerente. Não me pergunte porque escrevo essas palavras de carinho a uma hora dessas da vida. É que ela escreve tanto de mim, que lendo nas lembranças eu escrevo. Que ouvindo na doçura eu canto; e caminhando em uma estrada parecida a do início desse besteirol, eu amo.