sábado, 28 de setembro de 2013

Reluzindo uma atmosfera de liberdade eu calo. Calo gasto, de sapato com efeito vasto e noite no pasto.
Grito aqui dentro, nesse silêncio que cantarola sua beleza não estética, não rotulada, não direcionada. Inventada, irreal, inescrupulosa.
Minha.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Road.

Te verso pelo avesso, para a sintonia não se preocupar em achar o caminho. Transfigura e transparece até algo novo te rasgar o peito, preenchendo todo vazio com uma canção. 
Imenso seja aquele que de ouvidos abertos estufa a projeção diante do que há de vir. Não te acho no tudo, reduzindo aos cantos os cantos que te ofereço essa noite. 

Sem velocidade ou precisão, estive ao teu redor. 
Dançando para trás em linha reta...
Respirando aquele ar, o mesmo, do avesso.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Hoje inventei um abraço para você. Um abraço do tamanho do mundo, que de saudade chora e sorri ao cercar-se de lembranças. 
Saudade. Palavra presente, que de bobo cortejei-a no presente do acaso para trazê-la assim em um dia tão corrido. Porque te sinto. De pertinho, de longe, de amor e vida. Que de lembrar perdi-me naquele sorriso acuado que eu jurei no primeiro instante ser meu. Coisa de escritor de gaveta que fala sozinho e responde no espelho, sabe? (Dizem por aí que não batem bem da cabeça...)
Perguntei ao sono se era cansaço pelas poucas horas dormidas ou se era obra dele para matar a saudade. Algo parecido com um mecanismo de defesa, talvez. Não lutei. Não quis. As palavras se encontravam sozinhas e me fizeram tirar essa pequena parte do dia para libertá-las aqui, com todo sentimento que foram alimentadas. 

E aqui estou, certificando-me que essa saudade possa ser lida, sem óculos, sem lentes e sem binóculos. 
O coração também fala.

''Yeah the truth is, that I miss you so!''

sábado, 2 de março de 2013

- Mas você não cansa de falar da poesia?
- Nunca pensei a respeito.
- Hum...
- Deveria?
- Talvez. Escrever algo não relacionado a ela.
- Tipo o quê?
- Não sei.
- Não sabe... E se soubesse?
- Do quê?
- Do que não sabe.
- Então eu saberia, oras.
- E eu escreveria?
- Não sei.
- De novo.
- De novo?
- Você não sabe.
- E porque raios eu deveria saber?
- Pelo mesmo que cai ao dizer que se pode escrever sem poesia.
- Mas... Não cai.
- Pois é.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Assim.

- Lembra daquele medo?
- Da vida?
- Não, da poesia.
- Da poesia da vida?
- Não, do esquecimento.
- Do esquecimento da poesia na vida?
- Também.
- Hum...
- Canta.
- Quê?
- Canta.
- O quê?
- O que canta.
- Para quê?
- Para cantar.
- Mas, e a poesia?
- Ela ouve.
- E canta?
- Encanta.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tamanho.

Se te olho assim, com encanto ou espanto,
Se te quero assim, sem choro e sem pranto.
Se te falo assim, com calma e com sonho
É que te amo assim, como um tanto deste tanto.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Vazio.

- Sabe, moça, é que tenho medo de perder a poesia.
- Em algum lugar?
- Não, em mim.