domingo, 19 de fevereiro de 2017

Na bagunça do quebrar-se, o encontro com o vital.  Um olhar para dentro, de cuidado, atenção e revisão. Aceitar as companhias da caminhada, reconhecendo-as existentes, em tempos desejosos de esquecimento. Como um quebra cabeça, bagunçado pelo vento, revirado e misturado, mas confiante em sua tendência de construção. Peça por peça, dia após dia. E se por ventura o acaso assim desejar, o formato há de se preservar por aquilo que chamei de vital. O desenho? Sinto que é momento para novas pinturas, ao dar-me conta que o que me resta, não é resto.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Faz pouco mais de uma semana. Faz silêncio. Faz barulho. Faz presença e ausência, alternando-se nas confusões do dia. Nas da noite, a gente cura com discos de saudade.
Faz ventania também. Do nada, no vislumbre de uma simples lembrança que bate, rodopia e segue.
Há quem diga que seguir é mudar de rumo. É olhar para frente, mirar o além e não olhar para trás nem pelo retrovisor. "É para frente que se anda", dizem com a certeza que os anos de boteco proporcionam, ainda que as lamúrias atormentem após algumas doses...
Há quem diga, por outro lado, que é preciso sentir. Enamorar a beleza da dor, da falta. Deixar latejar, dar vazão à experiência e atribuir, então, novos sentidos.

Entre falas e malas;
conselhos e e anseios;
paro.

entre passos e calos,
apertos e encontros,
paro.

indo e vindo.
caminhando e parando.
em você, mas sem você.