terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Me acompanhe que eu te seguirei.

O quão perigoso é o se entregar? Só responde quem de fato já se entregou. Quem nunca o fez, conforta dentro de si todos os medos e receios para tal escolha. Deixa o resto por conta da imaginação. Ao menos aqueles que se permitem imaginar...
Alguns têm medo disso também. Medo de conhecer as escolhas que a vida lhe propõe e sentir-se desafiados por isso. Ela pode lhe oferecer tanto e tão rapidamente, mas em uma fração de segundo o teu mundo está pelo avesso e ficar de cabeça para baixo já não o conserta mais.

Ideais de felicidades são montados como se viessem em um manual que lhe é entregue logo quando você nasce. Enquanto é bebê, pessoas lhe dizem como ser feliz, já que não pode ler o manual ainda. Daí você cresce, aprende a ler, a tomar decisões. A se entender e saber o que te faz feliz, e mesmo assim sempre tem "adultos" para te mostrar o caminho certo. Afinal de contas, manuais foram feitos para serem seguidos, e eles te conhecem mais do que tu mesmo.

O que o tempo tem feito comigo? Voltas e mais voltas e nem comecei a ficar tonto. Logo eu que sempre tive medo de montanhas russas, cambalhotas... Talvez comece a beber para ver se acompanho o ritmo.
E no final das contas, me entrego, dou um sorriso irônico a uma face sincera, e o mando levar o manual tão depressa quanto os ventos que insistem a passar do meu lado deixando rastros de felicidade suspensos no ar.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

I love you too!

" Bel, essas minhas taçinhas são frágeis, cuidado com o que põe aqui. '' Ela dizia, ao tirar a capa do monitor de cima da mesinha onde as taçinhas dela habitam.

" Por que não comprou taçinhas mais resistentes então, mãe? "

" Porque só vende assim." (Ainda irei descobrir de onde veio o dom de falar muito.)

" Então, faz parte do plano deles. Frágeis, você quebra, e tem de comprar mais. "

" ¬¬ "

" Não me olhe assim , mãe. Eu tenho que quebrá-las. Eles levaram horas para planejar isso. Estão contando comigo!"

"Vai a merda. Boa noite."

Ai Ai... Amor de mãe é mesmo fascinante! :)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma dança sem música.

Expectativas são criadas com uma intensidade tamanha, que a decepção se faz extremamente dolorosa. É tão difícil ser surpreendido, desapontado... Mas isso faz parte do roteiro. Assim como luzes musicais, o sentir é libertador, é flutuante. Aos poucos os pequenos detalhes te encantam de tal modo, que a idéia do paraíso é montada e toda felicidade percorre teus pensamentos, deixando de lado qualquer medo ameaçador que a decepção trará. Sim, ela vai acabar te acordando dos sonhos mais coloridos que fazem tua alma sonhar. Nem todo sonhar é felicidade. Ele também é mudança. Eu vejo pessoas mudando e elas nem se dão conta da rotação. A idéia do abandono é triste. A certeza de que será concreto mais cedo ou mais tarde é rotineira.

Ao fechar os olhos se torna notável que não preciso correr atrás das luzes, porque a escuridão não estava habitada em mim. O benefício da dúvida nunca é tirado, e por alguma razão qualquer, ele nunca se desintegra. Dói olhar a tristeza de tua sombra ao lembrar dos sonhos antigos... Eles eram tão claros, até mesmo para ti. Sonhos que sentimos sem saber. Decisões que tomamos sem cantar.

Letras diferentes para uma mesma melodia.
Teu violão ficou encostado e as cordas parecem envelhecer depressa...
Algo ficou inacabado... E eu nem sequer aprendi a tocar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rimas para quem não gosta de rimar.

Ela me disse que não gosta de rimar...
Mal conhece o sorriso que a rima trará.
Ao ler esses versos comentário fará,
De que o bobo sou eu, por fazê-la imaginar.

Paixões novas ela há de encontrar.
É do teu existir, o se entregar.
Nas músicas novas que ainda ouvirá;
Dos que passaram ela ainda vai lembrar.

O vento é mais veloz no teu levar,
Intensidade, para sempre terá.
O equilíbrio um dia aparecerá,
Mas a corda ainda assim a fará dançar.

Nômade; lugar certo achará.
Quintal na madrugada, rede para descansar.
Viagens feitas, mar para transbordar.
Poesia linda ao fim do dia; não custa sonhar.